quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Atividade para 2º ano


Mito da Caverna:

Uma reflexão atual

Por Pablo Fabiano Barbosa Carneiro


O Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, foi escrito pelo filósofo Platão e está contido em “A República”, no livro VII. Na alegoria narra-se o diálogo de Sócrates com Glauco e Adimato. É um dos textos mais lidos no mundo filosófico.
Platão utilizou a linguagem mítica para mostrar o quanto os cidadãos estavam presos a certas crendices e superstições. Para lembrar, apresento uma forma reelaborada do mito. A história narra a vida de alguns homens que nasceram e cresceram dentro de uma caverna e ficavam voltados para o fundo dela. Ali contemplavam uma réstia de luz que refletia sombras no fundo da parede. Esse era o seu mundo. Certo dia, um dos habitantes resolveu voltar-se para o lado de fora da caverna e logo ficou cego devido à claridade da luz. E, aos poucos, vislumbrou outro mundo com natureza, cores, “imagens” diferentes do que estava acostumado a “ver”. Voltou para a caverna para narrar o fato aos seus amigos, mas eles não acreditaram nele e revoltados com a “mentira” o mataram.
Com essa alegoria, Platão divide o mundo em duas realidades: a sensível, que se percebe pelos sentidos, e a inteligível (o mundo das ideias). O primeiro é o mundo da imperfeição e o segundo encontraria toda a verdade possível para o homem. Assim o ser humano deveria procurar o mundo da verdade para que consiga atingir o bem maior para sua vida. Em nossos dias, muitas são as cavernas em que nos envolvemos e pensamos ser a realidade absoluta.
Quando aplicada em sala de aula, tal alegoria resulta em boas reflexões. A tendência é a elaboração de reflexões aplicadas a diversas situações do cotidiano, em que o mundo sensível (a caverna) é comparado às situações como o uso de drogas, manipulação dos meios de comunicação e do sistema capitalista, desrespeito aos direitos humanos, à política, etc. Ao materializar e contextualizar o entendimento desse mito é possível debater sobre o resgate de valores como família, amizade, direitos humanos, solidariedade e honestidade, que podem aparecer como reflexões do mundo ideal.
É perfeitamente possível relacionar a filosofia platônica, sobretudo o mito da caverna, com nossa realidade atual. A partir desta leitura, é possível fazer uma reflexão extremamente proveitosa e resgatar valores de extrema importância para a Filosofia. Além disso, ajuda na formulação do senso crítico e é um ótimo exercício de interpretação de texto. A relevância e atualidade do mito não surpreende: muitas informações denunciam a alienação humana, criam realidades paralelas e alheias. Mas até quando alguns escolherão o fundo da caverna? Será que é uma pré-disposição ao engano ou puro comodismo? O Mito da Caverna é um convite permanente à reflexão.

*Pablo Fabiano B. Carneiro é professor de Filosofia e História Geral e do Brasil para Ensino Médio. Coautor do livro “Coisas da Filosofia e Fatos Sociais”, Editora Allprint

 Análise sobre o Mito da Caverna
  1. O que é a caverna? O mundo em que vivemos. 
  2. Que são as sombras das estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que percebemos.
  3. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo.
  4. O que é a luz exterior do sol? A luz da verdade.
  5. O que é o mundo exterior? O mundo das ideias verdadeiras ou da verdadeira realidade.
  6. Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A interrogação.
  7. O que é a visão do mundo real iluminado? A filosofia.
  8. Por que é que os prisioneiros ridicularizam, espancam e matam o filósofo (Platão está a referir-se à condenação de Sócrates à morte pela assembleia ateniense?)? Porque imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o único verdadeiro.














Atividade: 
1) Copie o texto acima: "Mito da Caverna, uma reflexão atual de Pablo Fabiano" e a análise sobre o Mito da Caverna
2) A partir do vídeo e do texto o que você pode concluir sobre o mito da caverna?
3) Faça recorte em revistas, livros e ou jornais sobre os tipos de cavernas hoje, no século XXI

Observação. 
a) O texto pode ser impresso e colado no caderno
b) Para responder a questão número 2 você deverá responder copiado, nada de imprimir e fazer control c + control v. 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Saudade

Como tentar entender um sentimento tão grande? É possível definir este sentimento devastador? A saudade é um sentimento difícil de se explicar, mas fácil de se sentir. Às vezes aperta o coração, nos faz chorar, nos entristece. Sentimos saudades do amigo que se foi, do pai, mãe, avô, avó, primo, tio. De entes queridos que partiram para outra existência. Sentimos saudades da primeira namorada, do primeiro marido, do primeiro dia de aula, do primeiro beijo, do primeiro abraço. Saudade da bronca, da voz amorosa de um amigo. Sentimos saudades do bom dia dado, do olhar transmitido, daquela viagem maravilhosa, saudade de casa, do cachorrinho, saudade daquele papel escrito com letras garrafais que dizia EU TE AMO. A escola, aquele tênis, a novela favorita, simplesmente sentimos saudades.
Olhamos no âmago de nossa existência e percebemos que as coisas acontecem e nos deixa saudade, não só na causa boa, mas também em péssimas lembranças ficamos remoendo tecendo ódios e rancores. Quem ama, sente saudade, quem gosta, sente falta. Se pudéssemos definir a saudade, em outra palavra, seria falta. A falta é aquele vazio que em algum momento cria lacunas e espaços no tempo e na nossa vida. Uma pessoa que deixou um enorme vazio porque foi embora, e agora? O que vou fazer sem você aqui? Como vai ser minha vida sem seu abraço? Seu sua benção? Ele se foi e só nos resta a saudade.
Este sentimento machuca, dói, fere. Aí nos pegamos na lembrança dos bons momentos vividos, das conversas, dos diálogos e percebemos que ele, que se foi, se torna mais próximo, porque o amor é capaz de superar as mais tênues barreiras do tempo, e quando a pessoa não está mais presente fisicamente, é aí que ela estará mais viva em nossa memória. Às vezes somos egoístas em querer deixar que as coisas perpetuem em nossa vida, mas não podemos. Para cada coisa que chega, é preciso que outra vá embora. Mas a saudade fica, oxalá se pudéssemos esquecer aquele amigo que tanto amamos e que não quis mais estar com você, aquele primeiro amor que te “trocou”, que não te quis, aquele momento que nunca mais poderá se repetir porque o outro não esta mais aqui. Nossa felicidade não está apenas nestes momentos que passaram. Ela está em nós mesmos. Mas a danada da saudade impede de vivermos e superarmos estes inúmeros vazios que ficam.
E como preencher este vazio? E como não sentir saudade? E como não continuar amando e dando afeto àquele que tanto amamos e que não está mais aqui? Como deixar a saudade de lado e tentar racionalizar as coisas? Sinceramente, não é possível. Aquele vazio da pessoa que se foi nunca vai ser preenchido por outro. Podemos amenizá-lo rezando, e lembrando bons momentos sem dar lugar à tristeza. Não é possível deixar de sentir saudade, porque, querendo ou não, ela nos faz bem, porque nos aproxima de tanta coisa que nos ajuda a crescer. Mas não podemos viver no saudosismo, porque aí corremos o risco de ficar enraizados no passado e perdendo as maravilhas do presente e as surpresas do futuro. Não deixamos de amar, nunca, simplesmente amenizamos a falta. Não podemos deixar de sentir saudade porque ela esta aí e quanto mais tentamos fugir, quanto mais queremos evitar, ela chega deixando grandes dores. Tudo é uma questão de adaptação. Não é fácil, ninguém disse que seria fácil nossa missão. Mas para cada cruz carregada, uma glória vencida.
Precisamos, à luz da sabedoria, trabalhar internamente esse sentimento. O que impede de escrever para o amigo distante? O que impede de tocar a vida? Que direito temos de nos martirizar pelo outro que não nos quis? Pelo outro que nos rejeitou? Foi ele. Ele que se foi e não eu, eu não posso permitir que isso me tire a paz, que isso me destabilize, criando assim sentimentos tenebrosos.
Só quem ama sabe o significado e a dor que é esta palavra SAUDADE. Não apenas dor, mas alegria. Como é bom receber um bom dia de quem gostamos, como é lindo e maravilhoso receber um elogio e perceber o quanto é importante para o outro, como é formidável ser lembrado pelos amigos. Saudade de ouvir sua voz, do seu sorriso, de estar ao seu lado e viver aquele momento novamente. Saudade de tudo. E nos pegamos no egoísmo de perpetuar as coisas, por isso é preciso amadurecer a duras penas para não cairmos no vazio e na insignificância da vida.
Deixemos claro que a saudade vai existir e precisamos estar firmes para podermos encarar a ausência. Olhar para o passado e ver o quanto foi bom estar ao seu lado, e que agora não estará mais presente. Mas nada impede de dizer um “oi” pelo facebook ou pelo whatsapp, ou, à moda antiga, mandar uma carta. Nada nos impede de ver uma foto e rir ou chorar daquele momento. Deixar o outro ir embora e ocupar o lugar no tempo que ficou é uma maturidade que aos poucos vamos entendendo. Cada coisa acontece no seu tempo e deve ficar no seu lugar. Se quisermos eternizar, nunca seremos felizes, porque, para cada tempo, o seu momento. Por isso devemos estar hoje ao lado de quem amamos, pois pode ser a última vez que a vejamos, porque o trem da vida passa e não sabemos quando ela vai desembarcar e nos deixar sozinhos.

Para não sentirmos a dor da saudade, a dor de não ter feito, faça, ame, cuide, viva, sorria, chore, entristeça e se alegre. Respirar fundo e olhar para frente é o melhor remédio para a saudade. Só quem não sente saudade não sabe o significado do amor. Porque quem ama sente falta, sente saudade.

E você, sente saudades?

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