segunda-feira, 1 de junho de 2020

Aula 2º ano- 2º Semana

QUEM É O SER HUMANO?

1º Paragrafo “Para Sartre o homem é liberdade. Não há certezas e nem modelos que possam servir de referência, cabe ao homem inventar o próprio homem e jamais esquecer-se que é de sua responsabilidade o resultado de sua invenção. Pelo fato de ser livre é o homem quem faz suas escolhas e que ao fazê-las, torna-se responsável por elas. É por isso que:
2º Paragrafo O existencialista declara frequentemente que o homem é angústia. Tal afirmação significa o seguinte: o homem que se engaja e que se dá conta de que ele não é apenas aquele que escolheu ser, mas também um legislador que escolhe simultaneamente a si mesmo e a humanidade inteira, não consegue escapar ao sentimento de sua total e profunda responsabilidade. 
3º Paragrafo O conceito angústia está relacionado ao binômio: liberdade – responsabilidade. Faço as escolhas e ao fazê-las sou eu, exclusivamente eu, o único responsável por elas. É a angústia o sentimento de cada homem diante do peso de sua responsabilidade, por não ser apenas por si mesmo, mas por todas as consequências das escolhas feitas. Com a angústia há um outro sentimento que é fruto também da liberdade: o desamparo.
4º Paragrafo O existencialista, pelo contrário, pensa que é extremamente incômodo que Deus não exista, pois, junto com ele, desaparece toda e qualquer possibilidade de encontrar valores num céu inteligível; não pode mais existir nenhum bem a priori, já que não existe uma consciência infinita e perfeita para pensá-lo; não está escrito em nenhum lugar que o bem existe, que devemos ser honestos, que não devemos mentir, já que nos colocamos precisamente num plano em que só existem homens. Dostoiévski escreveu: ‘Se Deus não existisse, tudo seria permitido.’
5º Paragrafo   O desamparo se dá pelo fato de o homem saber-se só. É por isso que Sartre diz que ‘(...) o homem está condenado a ser livre’. Pois não há nenhuma certeza, não há nenhuma segurança e tudo o que fizer é de sua irrestrita responsabilidade. De fato o homem, sem apoio e sem ajuda, está condenado a ‘(...) inventar o homem a cada instante’. Diante da constatação de que ‘(...) somos nós mesmos que escolhemos nosso ser’.
6º Paragrafo   Surge o outro sentimento: o desespero. O que marca o desespero é o fato de que:   Só podemos contar com o que depende da nossa vontade ou com o conjunto de probabilidades que tornam a nossa ação possível.
7º Paragrafo   Permaneço no reino das possibilidades; porém, trata-se de contar com os possíveis apenas na medida exata em que nossa ação comporta o conjunto desses possíveis. A partir do momento em que as possibilidades que estou considerando não estão diretamente envolvidas em minha ação, é preferível desinteressar-me delas, pois nenhum Deus, nenhum desígnio poderá adequar o mundo e seus possíveis a minha vontade.
8º Paragrafo   Pelo fato de a realidade ir além, extrapolar os domínios de minha vontade e de minhas ações, o reino das possibilidades passa a evidenciar que minha ação deverá ocorrer sem qualquer esperança. O desespero é, portanto, o sentimento de que não há certezas e verdades prontas, é o sentimento de insegurança que impregna a vontade e o agir, pelo fato de ambos serem confrontados com o reino das possibilidades e apontarem para o limite a liberdade de cada indivíduo.” 


1. A exemplo da angústia e desamparo, próprios de existencialismo, que outros sentimentos podem ser identificados na realidade dos jovens do século XXI?
2. Que ideias de liberdade são encontradas nas propagandas de bebidas, carros e motos veiculadas na mídia?
3. Diante de tantas ideias de liberdade, somos livres? Explique.

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