Aula 2º ano: 4º semana
LÓGICA
“A teoria do conhecimento se caracteriza por
uma preocupação com a busca de princípios gerais que permitam formular crenças
verdadeiras sobre a realidade. Essa ideia está presente na obra de Platão e é,
em larga medida, o que caracteriza também o pensamento de Aristóteles. É com
Aristóteles que a filosofia ganha uma consciência mais definida acerca do
método a ser adotado quando o assunto é o conhecimento.”
“Antes de Aristóteles não houve nenhum
filósofo que se preocupasse com a formalização de regras que pudessem garantir
a validade de raciocínios e argumentos. Este é propriamente o objeto da lógica.
Como destaca Zingano (ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: os caminhos do
conhecimento. São Paulo: Odysseus, 2002), para Aristóteles era mais desafiante
encontrar uma forma de organizar a massa de dados do conhecimento do que
propriamente reuni-los. Nesse sentido, Aristóteles percebeu que se fazia
necessária uma classificação dos conhecimentos: ele dividiu as ciências em
teóricas (matemática, física e metafísica), práticas (ética e política) e
produtivas (agricultura, metalurgia, culinária, pintura, engenharia, etc.). Mas
o filósofo também concluiu que é fundamental estudar o procedimento correto que
deve orientar uma investigação em qualquer destas áreas. Foi então que nasceu a
lógica, conjunto de regras formais que servem para ensinar a maneira adequada
de se produzir argumentos, raciocínios, proposições, frases e juízos.
Aristóteles em vida não pôde
organizar sua obra. Essa tarefa ficou a cargo de seus alunos. Os escritos que
tratavam do raciocínio foram reunidos num único volume que recebeu o título de
Organon, literalmente ‘instrumento’. O Organon é um conjunto de diferentes
tratados (exposição sistemática de um tema): Categorias, Tópicos, Dos
Argumentos Sofísticos, Primeiros Analíticos, Segundos Analíticos e Da Interpretação.
Segundo o historiador da
filosofia Giovanni Reale, Aristóteles sabia que estava sendo pioneiro quando
começou a estudar uma forma de argumentação chamada silogismo. Por meio das
análises que o filósofo fazia de textos de sofistas, de Sócrates e do pensamento
de Platão, a lógica aristotélica: (...) assinala o momento no qual o
logos filosófico, depois de ter amadurecido completamente através da
estruturação de todos os problemas, como vimos, torna-se capaz de pôr-se a si
mesmo e ao próprio modo de proceder como problema e assim, depois de ter
aprendido a raciocinar, chega a estabelecer o que é a própria razão, ou seja,
como se raciocina, quando e sobre o que é possível raciocinar. (REALE, G;
ANTISERI, D. História da Filosofia. Vol. I. São Paulo: Paulus, 1991)
Aristóteles chegou num ponto em que não se tratava mais de desenvolver
conteúdos filosóficos, mas de examinar a forma como a razão procede. Durante
séculos a humanidade dependeu dos escritos de Aristóteles para estudar áreas
tão distintas como a física e a metafísica. Ao ensinar os princípios básicos do
pensamento, Aristóteles forneceu à humanidade regras de argumentação que
permanecem válidas ainda hoje, sobretudo em domínios como a ética e a
política.
Então, o que caracteriza a
lógica? Uma vez que a lógica não é apenas argumento válido, mas também reflexão
sobre os princípios da validade, esta só aparecerá naturalmente quando já
existe à disposição um corpo considerável de inferências ou argumentos. A
investigação lógica, a de pura narrativa, não é suscitada por qualquer tipo de
linguagem. A linguagem literária, por exemplo, não fornece suficiente material
de argumentos e inferências. As investigações em que se pretende ou procura uma
demonstração é que naturalmente dão origem à reflexão lógica, uma vez que
demonstrar uma proposição é inferi-la validamente de premissas verdadeiras.”
Atividade
1) Faça
uma pesquisa na internet e encontre definições dos seguintes termos: juízo,
premissa, argumento, proposição, conclusão, sofisma e silogismo.
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