segunda-feira, 15 de junho de 2020


Aula 2º ano: 4º semana
LÓGICA
 “A teoria do conhecimento se caracteriza por uma preocupação com a busca de princípios gerais que permitam formular crenças verdadeiras sobre a realidade. Essa ideia está presente na obra de Platão e é, em larga medida, o que caracteriza também o pensamento de Aristóteles. É com Aristóteles que a filosofia ganha uma consciência mais definida acerca do método a ser adotado quando o assunto é o conhecimento.”   
 “Antes de Aristóteles não houve nenhum filósofo que se preocupasse com a formalização de regras que pudessem garantir a validade de raciocínios e argumentos. Este é propriamente o objeto da lógica. Como destaca Zingano (ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: os caminhos do conhecimento. São Paulo: Odysseus, 2002), para Aristóteles era mais desafiante encontrar uma forma de organizar a massa de dados do conhecimento do que propriamente reuni-los. Nesse sentido, Aristóteles percebeu que se fazia necessária uma classificação dos conhecimentos: ele dividiu as ciências em teóricas (matemática, física e metafísica), práticas (ética e política) e produtivas (agricultura, metalurgia, culinária, pintura, engenharia, etc.). Mas o filósofo também concluiu que é fundamental estudar o procedimento correto que deve orientar uma investigação em qualquer destas áreas. Foi então que nasceu a lógica, conjunto de regras formais que servem para ensinar a maneira adequada de se produzir argumentos, raciocínios, proposições, frases e juízos.
Aristóteles em vida não pôde organizar sua obra. Essa tarefa ficou a cargo de seus alunos. Os escritos que tratavam do raciocínio foram reunidos num único volume que recebeu o título de Organon, literalmente ‘instrumento’. O Organon é um conjunto de diferentes tratados (exposição sistemática de um tema): Categorias, Tópicos, Dos Argumentos Sofísticos, Primeiros Analíticos, Segundos Analíticos e Da Interpretação.
Segundo o historiador da filosofia Giovanni Reale, Aristóteles sabia que estava sendo pioneiro quando começou a estudar uma forma de argumentação chamada silogismo. Por meio das análises que o filósofo fazia de textos de sofistas, de Sócrates e do pensamento de Platão, a lógica aristotélica:   (...) assinala o momento no qual o logos filosófico, depois de ter amadurecido completamente através da estruturação de todos os problemas, como vimos, torna-se capaz de pôr-se a si mesmo e ao próprio modo de proceder como problema e assim, depois de ter aprendido a raciocinar, chega a estabelecer o que é a própria razão, ou seja, como se raciocina, quando e sobre o que é possível raciocinar. (REALE, G; ANTISERI, D. História da Filosofia. Vol. I. São Paulo: Paulus, 1991)   Aristóteles chegou num ponto em que não se tratava mais de desenvolver conteúdos filosóficos, mas de examinar a forma como a razão procede. Durante séculos a humanidade dependeu dos escritos de Aristóteles para estudar áreas tão distintas como a física e a metafísica. Ao ensinar os princípios básicos do pensamento, Aristóteles forneceu à humanidade regras de argumentação que permanecem válidas ainda hoje, sobretudo em domínios como a ética e a política. 
Então, o que caracteriza a lógica? Uma vez que a lógica não é apenas argumento válido, mas também reflexão sobre os princípios da validade, esta só aparecerá naturalmente quando já existe à disposição um corpo considerável de inferências ou argumentos. A investigação lógica, a de pura narrativa, não é suscitada por qualquer tipo de linguagem. A linguagem literária, por exemplo, não fornece suficiente material de argumentos e inferências. As investigações em que se pretende ou procura uma demonstração é que naturalmente dão origem à reflexão lógica, uma vez que demonstrar uma proposição é inferi-la validamente de premissas verdadeiras.”
Atividade

1)      Faça uma pesquisa na internet e encontre definições dos seguintes termos: juízo, premissa, argumento, proposição, conclusão, sofisma e silogismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário