Aula 3º ano- 3º Semana
TEMA: Política e a violência no
âmbito humano FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS
“A violência existe desde os
tempos primordiais e assumiu novas formas à medida que o homem construiu as
sociedades. Inicialmente foi entendida como agressividade instintiva, gerada
pelo esforço do homem para sobreviver na natureza. A organização das primeiras
comunidades e, principalmente, a organização de um modo de pensar coerente, que
deu origem às culturas, gerou também a tentativa de um processo de controle da
agressividade natural do homem.
É no período em que se instauram
os Estados modernos que se coloca, de modo mais radical, a pergunta sobre o que
é o poder político, sua origem, natureza e significado, pergunta que traz
consigo a reflexão sobre a violência, já que ela poderá ser utilizada como
estratégia para a conquista e manutenção do poder, como afirma Maquiavel, em O
Príncipe.
Entre os séculos XVI e XVIII,
alguns intelectuais, a partir de perspectivas diferentes, entre eles, Hobbes e
Locke, afirmavam, basicamente, que tanto o Estado quanto a sociedade se
organizaram a partir de pactos ou contratos firmados entre os indivíduos para
regulamentar o convívio social, superar as tensões e conflitos e instaurar a
ordem política.
Durante o tempo em que os homens
vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se
encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos
os homens contra todos os homens. Pois a guerra não consiste apenas na batalha
ou no ato de lutar, mas naquele lapso de tempo durante o qual a vontade de
travar batalha é suficientemente conhecida. (...) porque assim como o mau tempo
não consiste em dois ou três chuviscos, mas numa tendência para chover que dura
vários dias seguidos, assim também a natureza da guerra não consiste na luta
real mas na conhecida disposição para tal durante todo o tempo em que não há
garantia do contrário. (HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1973,
p. 79-80.)
Para Hobbes os homens, em estado
de natureza, são iguais quanto às faculdades do corpo (força) e do espírito
(inteligência) e quanto às esperanças de atingir seus fins, podendo desejar
todas as coisas. Os fins são, basicamente, a própria conservação e a
sobrevivência, mas também podem ser apenas o deleite. Dominado por suas
paixões, desconhecendo as intenções e desejos dos outros em relação a si
próprio, o homem vive solitário, em guarda, pronto a defender-se ou a atacar;
quando desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo, os homens se tornam inimigos e
lutam entre si em defesa de seus interesses pessoais. Nessas circunstâncias, a
melhor garantia contra a insegurança é antecipar-se às possíveis atitudes do
outro, subjugando-o pela força e pela astúcia e ampliando, assim, o domínio
sobre os outros, até conseguir a supremacia. Pode-se entender bem isto no
ditado popular que diz “a melhor defesa é o ataque”. O que se tem, então, é um
ambiente de tensão permanente: enquanto não se criam mecanismos capazes de
conter a força e equilibrar os desejos, os homens se encontram predispostos à
luta, na condição de guerra de todos os homens contra todos os homens. Um
conflito que não consiste unicamente na batalha, no enfrentamento ostensivo,
mas numa atitude, tendência ou disposição constante para a luta. Enquanto não
houver garantias para a convivência o homem é o lobo do homem.
Atividade
1. Quais são os motivos que levam
a sociedade a elaborar o contrato que dá origem ao Estado segundo Hobbes?
(SEED-Pr, 2006, p. 199).
2. Pesquise, compare e registre a
posição de Rousseau nessa questão de contratualismo com relação a Hobbes.
3. No Brasil, a lei é aplicada a
todos de forma igual? Justifique a sua resposta. (SEED-Pr, 2006, p. 196).
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